terça-feira, 22 de maio de 2012

Entendendo a Inspeção Veícular

   Hoje entenderemos como funciona a Inspeção Veicular.




Técnico inspecionando o motor

   Na sua concepção, o projeto da Inspeção serve para diminuir a poluição, tanto sonora, como do ar, no ambiente urbano da Cidade de São Paulo. A data de inspeção de cada carro é pré-determinada, e caso não seja feita, a transferência do carro fica impossibilitada, o licenciamento é bloqueado, e há a possibilidade da aplicação de multa no valor de R$550,00.


   E é sempre bom lembrar: A inspeção só é feita com horário e data marcados!


   Mas antes de fazer a inspeção, sempre fique atento nos seguintes itens:


* Ausência de defeitos na haste/amortecedor do capô, dificuldade ou impedimento de bascular o veículo;
* Freio pneumático ou hidráulico, a disco ou a tambor inoperantes ou ineficientes;
* Ausência da grade dianteira do motor abaixo do capô, com a ventoinha do sistema de arrefecimento aparente;
* Freio de mão inoperante e/ou veículo automático com motor acelerado e freio de mão deficiente;
* Tampa do reservatório de arrefecimento rachado ou danificado;
* Fita isolante ou qualquer outro artifício não original que utilize para evitar a verificação do sistema de admissão;
* Sistema de admissão original faltando componentes, ou com conexões irregulares;
* Sistema de admissão com filtro de ar esportivo com conexões irregulares;
* Escapamentos reparados com qualquer tipo de massa.


   Caso qualquer um dos itens acima sejam constatados, a inspeção do veiculo é automaticamente rejeitada, e não fará a inspeção de gases e ruídos.


   Verificando isso, já podemos entrar na pré-inspeção visual, composta pelos seguintes itens:


* Verificação da placa, modelo, cor e outras características, de acordo com a documentação do carro;
* Funcionamento irregular do motor;
* Emissão de fumaça branca/azulada;
* Fumaça preta visivelmente intensa;
* Violação de lacres do sistema de alimentação;
* Vazamentos aparentes de fluídos;
* Alteração ou deterioração do sistema de escapamento;
* Alterações ou avarias no sistema de admissão de ar que causem vazamentos ou entradas falsas de ar, ou aumento de ruído;
* Insuficiência de combustível;
* Nível de óleo lubrificante abaixo, ou acima, do limite especificado;
* Ausência da vareta do medidor de óleo lubrificante;
* A existência de qualquer anormalidade que possa apresentar risco de acidentes ou danos aos instrumentos de medição, ao veiculo ou ao inspetor durante o procedimento;
* Impossibilidade de abrir o capô ou basculante;
* Falta de tampa nos reservatórios de combustível, óleo, fluído de freio ou arrefecimento, e da direção hidráulica, quando visíveis;
* Alteração do sistema de aceleração;
* São permitidos escapamentos não originais, ou partes dele, até podem ser admitidos, desde que não prejudiquem o desempenho e padrões originais.


   Passando por essa fase da inspeção, começa a inspeção visual, propriamente dita. Como o próprio nome já diz, essa parte da inspeção cuida do caráter qualitativo do carro, analisando os mais diversos itens do carro, como por exemplo:




Posto de inspeção.



* Sistema PCV (recirculação dos gases do cárter) ausente ou danificado;
* Fixação, conexões, e mangueiras do sistema PCV, irregulares;
* Sistema EGR (recirculação de gases do escapamento) ausente ou danificado;
* Fixação, conexão, ou mangueiras do sistema EGR irregulares;
* Presença, tipo de aplicação e fixação dos sistemas de tratamento de gases do escapamento, irregulares;
* Existência de dispositivos de ação indesejável e adulterações do veículo que comprovadamente prejudiquem o controle de emissões;
* Lâmpada (LIM) indicando mal funcionamento do motor;
* Avarias nas barreiras acústicas e componentes que influenciem na emissão de ruídos;
* Motor com a instalação de turbocompressor ou similar que não apresente dispositivos de controle de emissão de poluentes conforme a marca, modelo e ano de fabricação do veículo.


   Essa é mais uma peneira da vistoria. Logo em seguida, vem a medição de gases do motor.
   Na medição de gases, o sensor de rotação é fixado no motor, e seguindo as especificações do fabricante, o motor funciona em marcha lenta durante 10 segundos, acelerando até atingir a rotação de corte, e estabilizar nas faixas recomendadas, com a tolerância na faixa entre 100 e 200 rpm.
   Caso o resultado registrado não esteja entre a faixa, entrega-se o relatório de vistoria, e o carro é reprovado. Se o valor registrado na MARCHA LENTA estiver fora da determinação, o veiculo é reprovado, mas segue mesmo assim para o teste de opacidade.


   A sonda do opacímetro é posicionada no escapamento com o motor em marcha lenta. O motor é acelerado até atingir o final do seu curso e rotação máxima, permanecendo assim por até 5 segundos. Em seguida, é desacelerado para estabilizar na rotação de marcha lenta até que o opacímetro retorne ao valor original obtido nessa mesma condição. Os valores de rotação e opacidade são registrados.




Sonda do opacímetro


   A avaliação dos resultados acontece de acordo com os limites estabelecidos, e deve constar no certificado de aprovação, ou no relatório de reprovação, bem como os itens identificados na inspeção visual.


   Conseguindo a aprovação, um selo é colado no para-brisas do veículo. Mas, em alguns casos, veiculo é selecionado para passar pela inspeção de ruídos. Esses veículos são escolhidos de duas formas: Aleatoriamente, ou por definição do inspetor.
   A inspeção de ruídos inicia-se junto com a pré-inspeção visual, a primeira etapa, após a inclusão dos dados do veículo no sistema. 


   O veículo é acelerado 3 vezes, até a rotação de corte, onde passa por uma vistoria auditiva, para identificar timbres discordantes do seu modelo ou versão.
Verifica-se também anormalidades que possam interferir na emissão de ruídos, como peças ou componentes não originais, ou que não são de aplicação nesse modelo ou versão.


Medição computadorizada dos gases de escape

   Caso ele passe na inspeção visual e na de gases, mas apresentar alguma anomalia na medição de ruídos, ele é encaminhado para o teste MNS (Medidor de Nível Sonoro).


   Neste teste, o carro é posicionado em uma área de ensaio específica, e a medição será feita com o motor em marcha lenta, com a alavanca de mudança de marchas no ponto morto, e sem acionamento da embreagem.
   Em seguida, o carro é acelerado até a rotação máxima definida para o teste, e bruscamente desacelerada para a condição de marcha lenta novamente.
Tendo esses resultados como base, verifica-se algum tipo de anormalidade, e se os ruídos se encontram dentro do limite. Caso algo seja contestado, o veículo é reprovado.


   Todo veículo reprovado, deve passar novamente, após fazer os acertos no carro, pela vistoria.






Créditos: Matheus Guimarães Balle




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